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ARTIGO - Perspectivas para o ano letivo de 2022

Perspectivas para o ano letivo de 2022 – Cenário Educacional

 Por Ana Lília Figueiredo Teles de Menezes, vice-presidente do SINEPE/MA 

  

Difícil precisarmos as perspectivas de um ano pós pandemia, quando ela ainda se constitui uma ameaça sobre nossos ombros. Considero que fomos sobreviventes de uma história jamais vivenciada pela humanidade. Foram desafios diante dos quais considero o setor educacional um setor vitorioso.

Sem ignorar as instituições que sofreram sobretudo financeiramente, temos que reconhecer que esses dois últimos anos, precisamente os últimos 21 meses trouxeram grande aprendizagem aos líderes educacionais, pois não nos permitiu ficar na acomodação.

A pandemia nivelou a todos no que se refere à transmissão, metodologia e recursos de aprendizagem. Foi uma busca incessante para que continuássemos a oferecer ensino que se aproximasse da qualidade proposta. Algumas escolas reagiram de forma mais imediata, mediante o suporte oferecido por seus setores de TI e equipe docente comprometida, outros anteciparam férias e outros buscaram aprender com os pioneiros.

Foi um ano de superação e de desafios e o SINEPE, através de sua diretoria esteve ao lado das escolas a fim de orientar tanto juridicamente, como acerca das diversas determinações envolvidas na situação, a exemplo da elaboração conjunta do protocolo sanitário específico para as escolas, sob a orientação da Dra. Maria dos Remédios Carvalho Branco, médica infectologista e professora renomada de nosso estado. Foram constantes os entendimentos feitos com vigilância sanitária, corpo de bombeiros, na qualidade de órgãos fiscalizadores para bem garantir a segurança da saúde das comunidades escolares.

Destacamos não só prejuízos financeiros proporcionados por medidas legais já declaradas inconstitucionais, mas também a inadimplência, haja visto a crise econômica que alcançou a todos, e a evasão escolar, em especial no segmento da educação infantil onde foi mais difícil atender de forma on-line ou híbrida.

Não podemos deixar de citar o prejuízo sócio-emocional desses alunos e seus familiares; houve uma turbulência de emoções a exigir dos profissionais da educação uma estrutura afetiva que desse conta dessa realidade: alunos impedidos de socializar, de conviver com seus amigos, colegas e vizinhos do cotidiano agravada pela impossibilidade da rotina de aquisição de conhecimentos de forma presencial, enfim, embargos do próprio e natural desenvolvimento desejado e esperado. A convivência com familiares foi alijada e, em consequência, o desenvolvimento cognitivo, social e emocional totalmente comprometido. 

O atual ano chega a seus últimos dias letivos! O que devemos esperar de 2022? Vejo dois cenários que se desenham:

  1. Novas ondas de pandemia trazendo novas surpresas e exigindo das escolas posturas sempre atentas e alternativas de reinvenção para continuar a alcançar o propósito pedagógico a que almejam. 
  2. A incorporação desse “novo normal” ao nosso cotidiano. Em ambos os cenários, e nesse contexto em que são evidentes problemas emocionais em adolescentes ansiosos, depressivos, que se automutilam, tentam suicídio associado a pais desorientados e desamparados, com crianças cada vez mais a exigirem cuidados especiais, importa darmos as mãos em parceria, para que todos os participantes da comunidade escolar desenvolvam, confiança, tolerância, empatia, solidariedade, valores cada vez mais escassos, apesar de essenciais! Esperamos por um novo tempo!