Notícia
Evasão do Ensino Superior: entenda quais são as causas e como evitá-las
Segundo o SEMESP, instituições de ensino superior, públicas e privadas perdem anualmente 25,9% dos jovens que ingressam nos cursos presenciais.
O principal propósito de uma faculdade é fazer com que os alunos tenham o melhor ensino possível para prepará-los para enfrentar o mercado de trabalho e, consequentemente, consolidar uma imagem credibilidade. Por essa razão, a retenção de alunos é uma meta constante de quase toda instituição de ensino superior, contudo, um ponto que pode impedi-la de alcançar é a evasão escolar.
Segundo o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (SEMESP), as instituições de ensino superior, públicas e privadas perdem anualmente 25,9% dos jovens que ingressam nos cursos presenciais. Nas instituições privadas, essa taxa é ainda maior, 28,5%.
Para a subdiretora do Sindicado dos Estabelecimentos de Ensino no Estado do Maranhão (SINEPE-MA) e diretora geral de gestão do Grupo Dom Bosco, Rebeca Rodrigues Murad, há vários fatores que contribuem para a evasão do Ensino Superior no Brasil. “Inúmeros fatores podem ser atribuídos à evasão no ensino superior, que atinge cerca de 30% das matrículas nas instituições de ensino superior privadas. Questões financeiras são apontadas como a principal razão para o abandono dos estudos. Para se ter uma ideia, em alguns cursos a taxa de evasão ultrapassa os 50%”, revela.
Outros fatores que contribuem bastante são questões acadêmicas. “Dificuldade para acompanhar o conteúdo, falta de identificação com o curso, incerteza de que o que está aprendendo será útil para sua carreira profissional ou mesmo conciliar trabalho e estudos, levam o aluno a desistir da formatura”, explica.
Apesar de parecer ser a saída para reduzir a evasão, as diversas formas de financiamento não têm solucionado o problema. De acordo com a subdiretora do SINEPE-MA a crise econômica que vive o Brasil e a reformulação dos programas de financiamento estudantil refletem diretamente no número de alunos matriculados. E a perspectiva não é nada animadora. “A principal forma de ingresso para o ensino superior - o ENEM - vem decrescendo vertiginosamente: em 2017 foi registrada queda de 29,1% em comparação ao ano anterior e, em 2018, esse número foi 9,8% menor. Nos últimos anos, instituições de ensino privadas têm buscado novas formas de viabilizar o acesso a estudantes com baixa capacidade de pagamento, especialmente por meio de financiamentos próprios ou com bancos privados”, destaca Rebeca Murad.
Para atrair e manter os estudantes, o ensino superior privado brasileiro deve investir em qualidade do ensino. “Criar programas de nivelamento, tutoria e acompanhamento do desempenho do estudante, podem favorecer a maior retenção e garantir que o aluno conclua a graduação”, defende.
Outra dica é investir em tecnologia. “Em uma época em que todos estamos conectados o tempo inteiro em nossos dispositivos móveis, não convém ensinar usando somente quadro lousa e pincel, não é mesmo? O investimento em tecnologia nas salas de aula é tão necessário. E não apenas para as disciplinas que requerem computadores conectados à internet, mas também tantas outras, cujos conteúdos serão melhor transmitidos ao contar com esse suporte tecnológico”, orienta.
As formas de negociação de pagamentos é outro ponto que as instituições de ensino precisam considerar para manter seus alunos. “Como dito anteriormente, a dificuldade financeira é um impeditivo comum na vida do universitário que tranca ou mesmo abandona o curso. Logo, é fundamental que ele tenha a seu dispor formas de negociar esses pagamentos, principalmente, se esse for o único empecilho para ele continuar estudando”.
Para finalizar, Rebeca Murad lembra que a evasão escolar é um problema que pode prejudicar a instituição em vários sentidos. “Além de sofrer danos na parte financeira, a credibilidade da organização também pode ser colocada em dúvida. Portanto, reunir os responsáveis pela organização de ensino e apresentar as soluções para melhorar, ao máximo, a retenção de alunos é o melhor caminho a seguir”, finaliza.