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“Novo Enem vai consolidar mudanças no Ensino Médio”, afirma especialista
“Novo Enem vai consolidar mudanças no Ensino Médio”, afirma especialista
Mudança na prova é para 2024; alunos e pais devem aproveitar tempo até lá para se preparar
Em lugar de dois dias de provas objetivas e uma redação, uma etapa apenas com questões discursivas. Essa é uma das mudanças anunciadas no novo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As novas diretrizes foram divulgadas pelo Ministério da Educação na última semana, em coletiva de imprensa, e devem começar a valer a partir de 2024, contemplando os estudantes que iniciaram o Ensino Médio este ano.
No Maranhão, as escolas já iniciaram as mudanças para adequar o novo exame à realidade dos estudantes. A gestora escolar Elsa Balluz, que integra a diretoria do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado do Maranhão (Sinepe) explica que o novo formato vai consolidar a implantação do Novo Ensino Médio nas escolas. “É um reconhecimento de que todas essas mudanças vieram para ficar”, avaliou Elsa.
O Novo Ensino Médio, que começou a valer nas escolas públicas e particulares a partir deste ano, estabelece a divisão da carga horária escolar em dois formatos: o primeiro são os conteúdos comuns a todos os alunos; o outro são os itinerários formativos, em que cada estudante terá oportunidade de aprofundar a sua formação na área de conhecimento com a qual mais se identifica.
A mudança nos conteúdos refletiu no modelo das provas: a partir de 2024, quem tentar ingressar na faculdade a partir do Enem fará uma prova comum a todos os estudantes e outra voltada para um determinado itinerário formativo. Na hora da inscrição, os candidatos poderão escolher entre responder questões de linguagens, ciências humanas e sociais aplicadas; matemática, ciências da natureza e suas tecnologias; matemática, ciências humanas e sociais aplicadas; ou ciências da natureza, ciências humanas e sociais aplicadas.
ORIENTAÇÕES
A transformação aumentou também a carga horária do Ensino Médio, que passou a ser de três mil horas – mil por ano. Segundo a diretora do Sinepe, a maior parte das escolas particulares no estado já ultrapassa esse total, oferecendo de 1300 a 1400 horas de aula anuais nesse segmento educacional.
Agora, as escolas têm até o final do ano para apresentar ao Conselho Estadual de Educação (CEE) o projeto político-pedagógico para os próximos anos. Para Elsa, o prazo vai dar fôlego às escolas, de modo que elas planejem a adequação da melhor forma possível. “Cada escola vai ter tempo de realizar uma escuta cuidadosa dos alunos, professores e demais atores envolvidos, acompanhando, formulando o plano de ação e se organizando ao longo do ano. A consequência de um Ensino Médio bem planejado é que os alunos vão poder fazer escolhas mais adequadas, com base no que vivenciarem ao longo dos três anos dessa etapa”, afirmou.
Até que o novo formato entre em vigor, pais e alunos devem usar o tempo para se preparar. “Os alunos podem experimentar diversos itinerários formativos e avaliar com o qual mais se identificam. Já os pais precisam entender que o novo Enem diz respeito a uma nova forma de aprender, mais proveitosa e conectada com a realidade dos adolescentes”, orientou.