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SINEPE-MA e Sec. de Saúde do Estado unem forças para combater a automutilação e o suicídio nas escolas particulares
A lâmina de aço de um apontador ou de um aparelho de barbear, tesouras ou mesmo as próprias unhas servem para traçar uma linha horizontal no antebraço, no abdômen ou nas coxas. A automutilação é, para muitas pessoas, a válvula de escape da dor emocional, uma forma de preencher o vazio, mas acima de tudo, é também a tradução de um grave problema emocional. “Existe na automutilação uma tentativa de aliviar uma pressão psicológica causada por diversos fatores decorrentes do momento de transição natural da vida. O jovem, adolescente e até crianças instrumentalizam a dor física para gerar um alívio da dor psicológica, encontrando no corte físico o escape”, explica o psicólogo Othon Júnior.
Dentro e fora da sala de aula o assunto precisa ser discutido. Por isso, pensando em proteger jovens e adolescentes, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado Maranhão (SINEPE-MA) firmou uma parceria com a Secretaria de Saúde do Estado do Maranhão. Juntos, sindicato e secretaria, somam forças na Campanha de Prevenção a Automutilação e ao Suicídio, realizada durante todo o mês de setembro. “Iremos reforçar ainda mais a discussão do tema dentro das escolas a fim de reduzir o número de casos dessa natureza, protegendo nossos alunos desse mal”, destaca o presidente do SINEPE-MA, Paulino Delmar Pereira.
O papel da escola
A escola é parte indispensável no processo de formação de seus alunos, mas também é nela que o sofrimento das crianças e dos adolescentes muitas vezes vem à tona. Por isso é essencial que a instituição, com o auxílio do professor, esteja atenta aos sinais que cada aluno apresenta.
O psicólogo Othon Júnior, alerta que na maioria dos casos, a automutilação é visível e basta apenas observar com mais atenção. “Nem sempre o autoferimento deixa marcas visíveis, mas frequentemente sim. Por isso, esteja atento para meninos e meninas que estão sempre com algum machucado e usam roupas compridas até mesmo em dias quentes”, orienta.
Outra ponto de atenção é quando o ato é praticado escondido, no ambiente da escola. “Se a automutilação ocorrer dentro da escola, como durante a aula ou o intervalo, é importante tratar o ferimento longe dos demais alunos. Lide com o comportamento como você lidaria com qualquer outra questão de saúde, ou seja, com respeito e não com tabus e estigma. Lembre-se, essa foi a forma encontrada pelo adolescente/criança de aliviar seu estresse emocional”, aconselha.
A família é outro agente importante nessa luta. “O ideal é que a família seja o apoio emocional para esse adolescente, orientado e traçando caminhos para a resolução dos problemas emocionais. Não há apenas como a escola desenvolver a sua parte, a família precisa estar presente em todo processo”, ressalta o especialista.